segunda-feira, 19 de julho de 2010
tentativas
você não ia cuidar do meu sofrimento (porque é tolice achar que você saberia como fazer isso) e eu não ia insistir em te ensinar o que eu achava que você precisava saber (por que como acessar esse coração trancafiado?). o amor que eu tenho por você é teu (seu idiota!). você não quis pegar os caminhos dos mapas que eu te mostrei (o jardim vai morrer, você não vê? e ele é tão bonito...) e então eu precisava ir embora (e te deixar sentado à beira do caminho, torcendo para que você sofra). isso era um adeus.
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FICHA TÉCNICA
Sinopse
Em dez cenas curtas, as histórias amorosas de três jovens se desenrolam com a intensidade (e ao som) das músicas para cortar os pulsos. Isabela sofre porque foi abandonada, Felipe quer se apaixonar e Ricardo, seu amigo, está apaixonado por ele.
texto e direção:
Em dez cenas curtas, as histórias amorosas de três jovens se desenrolam com a intensidade (e ao som) das músicas para cortar os pulsos. Isabela sofre porque foi abandonada, Felipe quer se apaixonar e Ricardo, seu amigo, está apaixonado por ele.
texto e direção:
Rafael Gomes
ass. de direção e preparação de atores:
ass. de direção e preparação de atores:
Thiago Ledier
elenco(s):
elenco(s):
Kauê Telloli_Felipe
Fábio Lucindo _ Felipe
Mayara Constanino _ Isabela
Marisol Ribeiro_Isabela
Victor Mendes _ Ricardo
Victor Mendes _ Ricardo
Guilherme Gorski_Ricardo
cenografia:
cenografia:
André Cortez
iluminação:
Marisa Bentivegna
figurino:
operador de luz:
ass de produção:
produção executiva:
assessoria de imprensa:
figurino:
Anne Cerutti
Jean Marcel
Renato Franco
produção:
produção:
Euforia Produções
Substância Filmes e Outras Misturas
coordenação de produção:
Isabel Sachs
ass de produção:
Maíra Cessa
Julia Ribeiro
Cássia Sandoval
produção executiva:
Maíra Cessa
Diego Bechir
Maria Letícia Masiero
Paula Raia
design gráfico original:
design gráfico original:
Camila Sato
adaptações:
Leandro Machado
assessoria de imprensa:
Ofício das Letras
um espetáculo:
um espetáculo:
Empório de Teatro Sortido
texto de apresentação
Tudo começou no cinema. Porque “Música Para Cortar Os Pulsos” era um mote para um roteiro cinematográfico que não tinha forma e nem tinha exatamente substância, mas tinha um sentimento. Esse que é de se sentir sem muito pudor, que é de se expressar, que tende a ser hiperbólico mas que assim precisa ser para que exista e sobreviva. Esse que encontramos nas milhares, milhões de músicas que ouvimos ao longo da vida e que nos ensinam a ser, nos traduzem, nos embalam, nos fazem chorar, nos convulsionam, que são princípio e fim das nossas emoções. Trilha sonora para cenas que ainda não existem, aquela sensação tão viva de saber a canção precisa que deveria simplesmente irromper em nosso cotidiano, nos momentos certos.
Mas então tudo começou na música e em seus abstratos poderes mágicos. E das músicas surgiu um texto sem muito planejamento, texto tão escandalosamente confessional, sincero e derramado como só as canções – e o amor – sabem ser. E que agora ganha a cena.
Este espetáculo existe porque Thiago Ledier me desafiou a concebê-lo (e depois me ajudou a efetivamente criá-lo). Porque Vinicius Calderoni insistiu que deveria ser (e de tão presente, funda comigo a Companhia que essa peça inaugura). Porque Mayara Constantino esteve ao meu lado fazendo com que eu deixasse de ter medo (e deu a mim a condução dessa sua ‘estréia’ teatral). Porque Kauê Telloli e Victor Mendes são corações e almas tão pulsantes e inspiradoras (e juntos já jogamos num mesmo time, vencedor). Porque Isabel Sachs só faz as coisas com essa euforia apaixonada. E porque um dia eu senti um amor de cortar os pulsos. Mais de um. Todos nós.
E já que era para saltar nesse abismo de fazer teatro, achei que era prudente contar logo com os melhores pára quedas: André Cortez, Marisa Bentivegna e Anne Cerutti, que toparam a empreitada de peito aberto e acreditaram em aumentar as pequenas porém concretas pontes que já possuíamos entre nós.
Agora, se é pra saber onde tudo começou de verdade, então permita-me conduzi-los de volta a 1996 e a Maria Alice Vergueiro protagonizando “No Alvo”. Ali eu entendi que existia no teatro uma felicidade única. E que ela era contagiosa. A Maria eu dedico esse espetáculo.
E onde tudo termina? Não termina. Mas aqui, em vossas presenças, “Música Para Cortar Os Pulsos” consolida-se como um movimento. Que transborda para as esferas virtuais da comunicação, que é permanentemente sentimento e que num futuro breve culminará, enfim, em um filme.
Rafael Gomes - outubro de 2010
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