eu sonhei que eu estava exatamente aqui, olhando pra você. você não sabe, mas eu estava exatamente aqui. porque eu tenho você sob a minha pele. no profundo do meu coração. pronto para despertar, perto mesmo de explodir, prester a saber por quê.
eu não queria ter que explicar. ter que contar quem eu sou ou quem eu poderia ser. eu não queria ter que sentir com palavras, porque eu acho que quando falo o sentimento evapora com o som. quando eu falo, sou menos verdadeiro.
quantas músicas de amor eu já te mandei?
(por que um raio cai? por que o sol se vai?)
eu queria que você fosse capaz de estancar isso que me percorre incessante como cataratas, que não tem nome (por que não vamos juntos às Cataratas do Iguaçu?).
eu sacrificaria qualquer coisa, fosse o que fosse, pela sensação de te ter por perto. apesar daquela voz de alerta que vem à noite (toda noite o sol se vai) e repete e repete em meus ouvidos: "você não sabe, seu tolo, que não vai ganhar? seja esperto, caia na real." mas toda vez que eu o faço, o simples pensamento em você me faz desistir antes de começar.
que lugar é esse em que você se recolhe, essa distância próxima? onde você está, que eu não enxergo? eu sinto saudades. e essa dor eu não quero pra ninguém no mundo.
me chama?
se as coisas não precisam de você, por que eu tenho que precisar?
(o amor guardado tem algo de assassino. mata a alma.)
me devolve pra direção em que eu estava quando você cruzou o meu caminho e a entortou? porque os olhos que eu não consigo tirar de você me mostram que você é bom demais para ser verdade. e por que os defeitos que eu enxergo não me convencem?
me mostra quem você ama? (eu tenho medo de você amando; quem você ama é meu pior espectro de tortura.) me conta como você ama? (você ama?) como você ama? você já foi amado de verdade, para cortar os pulsos?
eu tenho medo de você. eu me perco nos teus olhos carentes. eu tenho medo de você. eu queria fazer mais e mais parte. eu tenho medo de você. eu queria que a minha vida se conectasse a sua. alguém pensa que é fácil? eu pegaria os caminhos se você me mostrasse os mapas. eu quero que você vá se fuder. o nome disso é desalento. eu quero fugir de uma vez. será que eu estou paralisado, esperando-o? só os clichês são verdade. uma dramaturgia tão ridícula como só o 'amor' sabe fazer.
algum dia, em algum momento eu queria só...
(o que você esconde e o que tem medo de não revelar?)
eu quero que você pegue um avião pra Malásia. e queria que você me fizesse feliz.
(quem te vê passar assim por mim não sabe o que é sofrer. e eu morrendo devagar, em silêncio, entre uma música e outra.)
tantas coisas para dizer que só o silêncio pode expressar
(o amor guardado, esse assassino.)
sábado, 27 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
"eu nunca mais vou amar ninguém"
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e ATENÇÃO: no próximo final de semana, dias 27 e 28/11, o ingresso de "Música Para Cortar Os Pulsos" sai pelo preço que o público quiser pagar, já que estamos na programação das Satyrianas 2010!
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segunda-feira, 22 de novembro de 2010
em homenagem ao show de agora há pouco...
... e ao fato de que é uma honra ser um evento cultural em São Paulo concorrendo com Sir Paul McCartney, Here Today (linda e triste de cortar os pulsos):
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010
para quem não vai ao Paul nem ao Festival Planeta Terra...
para ensolarar o coração
Pra Sonhar, por Marcelo Jeneci:
Quando te vi passar fiquei paralisado
Tremi até o chão como um terremoto no Japão
Um vento, um tufão
Uma batedeira sem botão
Foi assim, viu
Me vi na sua mão
Perdi a hora de voltar para o trabalho
Voltei pra casa e disse adeus pra tudo que eu conquistei
Mil coisas eu deixei
Só pra te falar
Largo tudo
Se a gente se casar domingo
Na praia, no sol, no mar
Ou num navio a navegar
Num avião a decolar
Indo sem data pra voltar
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Quando te vi passar fiquei paralisado
Tremi até o chão como um terremoto no Japão
Um vento, um tufão
Uma batedeira sem botão
Foi assim, viu
Me vi na sua mão
Perdi a hora de voltar para o trabalho
Voltei pra casa e disse adeus pra tudo que eu conquistei
Mil coisas eu deixei
Só pra te falar
Largo tudo
Se a gente se casar domingo
Na praia, no sol, no mar
Ou num navio a navegar
Num avião a decolar
Indo sem data pra voltar
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010
'a dimensão histórica de uma paixão cotidiana'
Guardava as mensagens como outros guardam fotografias, mechas de cabelo, bolachas de chope, entradas de teatro, cartões de embarque ou postais de países estrangeiros, relíquias em que os amantes vez por outra se abstraem, a fim de recordar a dimensão histórica de uma paixão cotidiana, ou então para revitalizá-la, para avivar seu calor quando, estancada num remanso de languidez, tende a se confundir com um horizonte de puras repetições.
Alan Pauls, "O Passado".
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Música Para Quando As Luzes Se Apagam, por Pete Doherty:
Alan Pauls, "O Passado".
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Música Para Quando As Luzes Se Apagam, por Pete Doherty:
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referências
terça-feira, 9 de novembro de 2010
a rolagem dos créditos
música para cortar os pulsos do dia:
Roll The Credits, por Peter, Bjorn and John, enviada a nós por Livia Carlos:
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e reservem seus ingressos para o próximo final de semana através do email reservasmusica@gmail.com
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Roll The Credits, por Peter, Bjorn and John, enviada a nós por Livia Carlos:
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e reservem seus ingressos para o próximo final de semana através do email reservasmusica@gmail.com
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010
escritos
De início, Rímini considerou-as oferendas de amor e se sentiu lisonjeado. Redigidas quase sempre no verso de um papel já escrito, como pedidos de ajuda ou mensagens clandestinas, tinham algo de jóias domésticas, o encanto de um artesanato sentimental, ansioso e conjuntural, que comove tanto por suas perspicácias quanto por suas negligências. Assim que as encontrava, Rímini sentia a urgência de lê-las, réplica tardia da urgência que Sofía teria experimentado ao escrevê-las, e para saborear aquelas frasezinhas intempestivas era capaz de abrir uma boca de fogão e esquecer de acendê-la, interromper um trabalho pela metade, parar no meio do cruzamento de uma avenida ou deixar flutuando no ar, com a descortesia clássica dos apaixonados, a pergunta que alguém lhe fizera há pouco. Cada mensagem era um bálsamo, um jorro de felicidade, a pequena dose com que uma droga absoluta, o amor que sentia por Sofía, revitalizava seu vício quando Rímini menos esperava. Ou quando o hábito - e a ausência momentânea de Sofía - o levara a acreditar que poderia abster-se dela. O que o comovia não era o fato de encontrá-las, e sim o fato de que elas, infalíveis, sempre o encontravam, atravessando e vencendo, como mensageiros suicidas todos os obstáculos que o mundo interpunha entre ele e Sofía. Sempre as lia de imediato, às vezes nas situações mais arriscadas, quando qualquer distração podia prejudicá-lo ou deixá-lo em perigo. Mas ele se achava invulnerável: as cartas - e, sobretudo, essa nuvem deliciosa em que o envolviam - eram sua couraça e seu antídoto.
Alan Pauls - "O Passado"
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Alan Pauls - "O Passado"
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010
reestreia
2 dias para reestrearmos (clique na foto para ampliar):
lembrando que participamos da campanha Vá Ao Teatro, com ingressos a R$5 nos postos autorizados.
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música para enquanto isso (Tom Waits, Time):
lembrando que participamos da campanha Vá Ao Teatro, com ingressos a R$5 nos postos autorizados.
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música para enquanto isso (Tom Waits, Time):
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010
música para cortar os pulsos do dia
falta 5 dias para a nossa reestreia.
reservas de ingressso para toda a temporada podem ser feitas através de reservasmusica@gmail.com
e estamos também participando da campanha Vá Ao Teatro, com ingressos promocionais a R$5, à venda nos postos autorizados.
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enquanto isso, Marisa Monte canta Candeia, Preciso Me Encontrar, lembrada a nós por Maria Cecilia:
reservas de ingressso para toda a temporada podem ser feitas através de reservasmusica@gmail.com
e estamos também participando da campanha Vá Ao Teatro, com ingressos promocionais a R$5, à venda nos postos autorizados.
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enquanto isso, Marisa Monte canta Candeia, Preciso Me Encontrar, lembrada a nós por Maria Cecilia:
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